Ao atuar pela primeira vez como palestrante no CIAB, o diretor executivo do Grupo Bradesco Seguros, Eugenio Liberatori Velasques, acredita ser muito importante a integração das atividades de seguros com os serviços bancários.
“O grande objeto de desejo do mercado segurador é se inspirar e ter como referência o mercado financeiro, que sempre foi intenso na utilização da tecnologia, principalmente para prover rapidez no processamento das operações”, afirma. O processo inflacionário forçou o uso intensivo da tecnologia e, depois, a necessidade de conveniência para vencer a barreira geográfica também propiciou o desenvolvimento de novas ferramentas.
Diferente de outros países, o Brasil conseguiu vencer a barreira geográfica de uma forma muito dinâmica, com a utilização da tecnologia.Velasques pontua que “a cadeia bancária brasileira está espalhada pelo País inteiro, seja através de agências, ATM´s, correspondentes bancários, banco postal ou telefonia móvel celular.Eu gostaria de ter sempre como referência a área financeira e também que houvesse uma equiparação com ela”, define o executivo.
Para ele, a mudança tem que ser disruptiva na cabeça do legislador e do regulador, para que eles coloquem o seguro em termos de primeiro mundo, usando toda a comodidade e conveniência que a convergência tecnológica pode oferecer, não só em termos de produtos como de serviços também. “Temos preocupações com o futuro e esquecemos do presente”.
A CNseg faz um trabalho junto à Susep e o superintendente Roberto Westenberger está engajado em promover e implantar algumas mudanças que incorpore as tecnologias bancárias no processo de seguros, conforme informações de Velasques. “É claro que algumas barreiras precisam ser quebradas, mas isto está avançando e as seguradoras dispõem de tecnologias, mas muitas vezes são obrigadas a fazer a emissão de forma física para atender a regulamentação. Nós já poderíamos ter uma sala de seguros em que toda a documentação pudesse convergir para este local, mas o ambiente regulatório exige que façamos a emissão também em papel”, lamenta.
A tecnologia acaba mudando a forma das pessoas encararem os eventos cotidianos. Fila de banco hoje em dia existe, mas os ATMS´s estão lá para serem utilizados.
No caso da distribuição de seguros, a empresa em que o executivo atua já possui algumas iniciativas, como a venda de seguros de acidentes pessoais pela internet, a proteção de cartão de crédito feita em ATM´s e um aplicativo para venda de seguro residencial. Agora, para que isso seja mais intenso, é preciso que a regulação permita que o processo seja feito de maneira somente eletrônica.
“Nós fizemos algumas reduções da quantidade de papel no kit de contratação do seguro de automóvel, que representou a economia do corte de 15 mil cortes, apenas na implantação”, anima-se Velasques, completando que “se a regulamentação permitir, certamente iremos reduzir muito mais”.
Ele acredita que a indústria do seguro deva vender, além do seguro, informação, e esta não precisa ser necessariamente impressa. Velasques cita Dirk Reinhard, vice-presidente da Munich Re Foundation, que em uma palestra perguntou aos cerca de 200 participantes de um evento no México: “Quem aqui já contratou seguro? Todos levantaram a mão; segunda pergunta: Quantos leram atentamente todas as condições gerais? A quantidade de mãos levantadas já diminuiu consideravelmente; Quantos sabem onde estão as apólices de seguro? Só uma meia dúzia levantou a mão”.
Hoje, a tecnologia em seguros é uma questão de proteção ao cliente. O uso da tecnologia trará, cada vez mais, segurança e confiabilidade para esta relação.
Fonte: Revista Apólice
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