quarta-feira, 17 de junho de 2015

Economista aponta Plano B para Previdência

Hoje, dia 17 de junho, é o Dia D da Previdência no Brasil. A presidente Dilma Rousseff “bate o martelo” em relação ao tema que afeta todos os trabalhadores. O especialista em Previdência, Keyton Pedreira, apresenta uma proposta alternativa, que não onera o Estado, nem prejudica os aposentados.

Segundo Pedreira, a discussão sobre a mudança na Previdência Social vem acirrando os ânimos entre o Congresso, o Executivo e as Centrais Sindicais. “De um lado, o Executivo busca proteger a economia do descontrole dos gastos públicos, de outro, o Congresso que busca pressionar politicamente a presidente e, ao mesmo tempo, agradar os eleitores e as Centrais Sindicais, a um custo insustentável para as próximas gerações”, argumenta.
 
Para o economista, pouco tem se discutido sobre a população que se aposentou recentemente e que pleitearia a equiparação dos direitos daqueles que se beneficiassem com a nova regra, que foi aprovada pelos deputados e senadores e será objeto de decisão (veto ou sanção) da presidente hoje, quarta-feira, (17/6), criando um enorme esqueleto judicial previdenciário para o Governo.
 
Outro ponto relevante, de acordo com a análise de Pedreira, é a diferença entre os gêneros para as aposentadorias, justificável em todos os aspectos, mas que também necessita de ajustes. Atualmente, a diferença de idades propostas no fator 85/95, soma da idade mais contribuição à Previdência para ter acesso ao benefício, não é de somente 10 anos entre homens e mulheres como parece, mas aproximadamente 13,5 anos, uma vez que a partir dos 60 anos as mulheres vivem em média 3,5 anos a mais que os homens, segundo dados do IBGE.
 
“Para solucionar esta equação, o Governo deveria criar uma fórmula progressiva diferenciada entre os sexos para o modelo 85/95, de modo que ela chegue em 95/100 aplicando um moderador (chamado de K) no valor do benefício, combinada com uma mudança regressiva (fator P) na variável “Tempo de Contribuição” na fórmula do fator previdenciário, de modo a desestimular a aposentadoria precoce”, explica.
 
De
Até
Mulheres
Homens
Moderador K
 
FATOR P
2015
2017
85
95
85%
 
0
2018
2019
87
96
88%
 
1
2020
2021
89
97
91%
 
2
2022
2023
91
98
94%
 
3
2024
2025
93
99
97%
 
4
2025 em diante

95
100
100%
 
fim do fator previdenciário
 
Em resumo, por um lado o trabalhador poderia optar por qualquer dos modelos para se aposentar durante a fase de transição, e após 2025, poderia se aposentar de maneira integral de acordo com a fórmula 95/100 quando o fator previdenciário seria definitivamente extinto, e, por outro lado, “as contas públicas seriam preservadas e nossos filhos e netos estariam com suas aposentadorias garantidas”, conclui.
 
Keyton Pedreira é CEO do Site BuscaPrev, economista e advogado, especialista em Previdência, com formação pela PUC, USP e FGV

Fonte: Segs

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